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Seminário sobre Cerrado é realizado em Goiânia

Atividade reúne representantes de seis estados onde o bioma está presente

Entre os dias 27 e 29 de setembro, em Goiânia (GO), acontece o Seminário ‘’Cerrado: pelas águas, vida e resistência’’, que reúne cerca de 80 participantes dos estados da Bahia, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. A iniciativa é do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Oficinas, palestras, troca de experiências, trabalhos de grupo, exibição de filme e até caminhada fazem parte da programação, que abordará temas como Ecofeminismo, Impactos do Agronegócio, Agrotóxicos, Desmatamento, Comunicação e Águas do Cerrado. O evento pretende oferecer um espaço de formação, articulação e sensibilização sobre a defesa da savana brasileira e de seus povos e comunidades tradicionais.

Durante a manhã desta sexta-feira (27), o professor Roberto Malheiros, da PUC de Goiás, falou ao público sobre a conjuntura do bioma e os impactos sofridos por conta do avanço das atividades do Agronegócio e Mineração, lembrando que a defesa do Cerrado, além de um compromisso ético e humano, está também respaldada pela legislação brasileira.

‘’Precisamos entender que a terra tem uma função social, como está em nossa constituição, que é produzir alimentos saudáveis e preservar a biodiversidade, promovendo o bem-estar das populações que dela dependem. Não é diferente no caso do Cerrado’’, destaca Malheiros.

Durante a tarde do primeiro dia do Seminário foram realizadas oficinas sobre diversos temas relacionados à defesa do bioma, que contempla a preservação dos modos de vida de seus povos e comunidades tradicionais. É o que defende Karla Ribeiro, professora da Universidade Federal de Goiás, que conduziu a Oficina ‘’Mulheres e Ecofeminismo no Cerrado: Sustentabilidade, Autonomia, Empoderamento e Libertação’’.

‘’Não é possível pensarmos a preservação do Cerrado sem pensarmos na defesa da vida das mulheres que vivem nestes territórios e que possuem relação direta e profunda com os recursos naturais do bioma. A partir do manejo das plantas medicinais, do cuidado com suas águas e sementes, por exemplo, percebemos que as mulheres são grandes responsáveis pela manutenção de sua sociobiodiversidade’’, enfatiza Karla.

Diversos integrantes da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado estão presentes no Seminário, como é o caso de Simone Oliveira, coordenadora da CPT de Goiás, que ressalta o caráter propositivo da iniciativa. ‘’Lançaremos um olhar para as realidades do bioma a partir das experiências dos representantes dos povos e comunidades que aqui estão. Com base nessas vivências, refletiremos sobre os caminhos para a defesa de nossos territórios cerradeiros’’, afirma.


Texto: Bruno Santiago/Campanha Nacional em Defesa do Cerrado

Fotos e informações: Andrés Pasquis/Centro Burnier

Povos e comunidades, Águas