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Conheça mais sobre as comunidades geraizeiras

As comunidades tradicionais geraizeiras de fundos e fechos de pasto do Cerrado, que se encontram sobretudo na região Oeste da Bahia, são formadas por famílias que vivem e ocupam secularmente vastas extensões de terras devolutas do Estado. Preservam um modo de vida baseado na ocupação coletiva das terras, organizado em vizinhanças, têm como atividade principal a criação de gado à solta, que se alimenta da pastagem nativa. Praticam também o extrativismo dos frutos do Cerrado e utilizam as plantas medicinais para cura de diversas enfermidades. A principal luta dessas comunidades é pela preservação de seus territórios, que são ameaçados pela expropriação por parte das grandes fazendas, com o apoio da pistolagem e do aparato do Estado.

Bons conhecedores do Cerrado e das suas espécies, os geraizeiros são populações tradicionais que se adaptaram com sabedoria às características do bioma e às suas possibilidades de produção. Assim, garantem a subsistência familiar e comunitária ao longo do ano por meio do plantio de lavouras diversificadas como milho, feijão, mandioca, frutas e verduras. Os produtos que sobram são comercializados em comunidades vizinhas ou em feiras, beneficiados ou in natura. A criação de animais “na solta” também minimiza os custos e obedece a uma lógica secular que reconhece a capacidade da natureza de alimentar os seus rebanhos.

Com tal filosofia de vida e de produção, as “comunidades dos gerais” resistem à cultura das cercas, à prática da propriedade privada e da monocultura. Estes agricultores e agricultoras, em geral, vivem sobre a mesma terra que seus pais e avós.

Fontes: Cerratinga e ActionAid Brasil

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Povos e comunidades, Sociobiodiversidade