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No Dia Nacional Do Cerrado, o Bioma pede socorro

No Dia Nacional do Cerrado, 11 de setembro, as populações, fauna e flora desse bioma pedem socorro em solenidade realizada no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados. Com o tema “O berço das águas pede socorro” o objetivo é chama a atenção para importância do Cerrado para o Brasil e o mundo na preservação das bacias hidrográficas.

O evento realizado pelo Núcleo de Gestão Socioambiental (EcoCâmara), Aliança Cerrado; Associação Alternativa Terrazul; CEMA-UnB; Cerratenses; Ecodata; Fundação Mais Cerrado; Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN e Movimento Cerrado Vivo, contou com apresentações culturais, palestras, debates com os convidados e expositores do Cerrado.

Considerada o “caixa d’água” do Brasil, o Cerrado é o berço de pelos menos seis das oito principais bacias hidrográficas do país, de onde nascem os rios São Francisco, Jaguaribe, Parnaíba, Tocantins, Araguaia, Xingu e Madeira. E, abriga ainda, os três maiores aquíferos que abastecem o Brasil e países vizinhos: Guarani, Bambuí e Urucuia.

O Deputado Augusto Carvalho da Frente Parlamentar em Defesa do Cerrado, destacou os tempos difíceis, “ainda mais neste momento em que estamos vendo a RENCA sendo ameaçada, levando ao extermínio da nossa biodiversidade e dos povos tradicionais pela mineração. No Congresso, a Bancada Ruralista partiu para cima dos recursos naturais, usando das áreas de Reserva Legal para a produção irrigada”, denuncia o deputado.

Por sua vez, Maria do Socorro Teixeira Lima, ela que é coordenadora Geral da Rede Cerrado, denunciou a violência no campo, contra os camponeses, a biodiversidade e aos recursos naturais. “O Golpe foi mesmo no Cerrado e não aqui em Brasília, o Golpe não foi só na Presidenta Dilma, ele foi nas populações dos território, na Classe Trabalhadora”.

Maria do Socorro chama a atenção para a extinção da Biodiversidade, a falta de respeito para com os povo e seus territórios, a pulverização de venenos. “As comunidades são muito importante e vou dar só um pequenos exemplo da sua importância: elas conservam, elas vivem, elas produzem os alimentos para sua sobrevivências e são as responsáveis pelo alimento que vai a mesa dos que nos violentam, dos que nos matam”, denuncia a Quebradeira de Coco Babaçu. Que ainda faz um pedido: “Vamos ajudar a cuidar do Cerrado, não estou falando só aos governantes, estou falando da todos os brasileiros”.

Isabel Figueiredo do Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN), fez a apresentação da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado que tem como tema “Cerrado, Berço das Águas: Sem Cerrado, Sem Água, Sem Vida”, pois ocupa ¼ do território brasileiro, ou seja, são mais de 2 milhões de km². Segundo ela, os objetivos da Campanha são:

“Desperta a sociedade para a importância do Cerrado. Dar visibilidade à realidade do Bioma. Fortalecer a identidade dos Povos do Cerrado. Promover o intercâmbio e fortalecer a solidariedade com as comunidades de Moçambique que, assim como no Brasil sofremos com o MATOPIBA, eles sobrem com o Pró-Savana.”

Apesar de ser essencial para a nossa sobrevivência mais da metade da vegetação nativa do Cerrado já foi destruída. Assim como a Caatinga, o Cerrado também não possui status de Patrimônio Nacional o que coloca em risco a sobrevivência dos biomas, sua fauna e flora, mas também, os povos e sua diversidade histórica e cultural.
Por essa razão, as organizações, movimentos sociais e entidades que compõe a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado lançaram uma petição pública que exige que o Cerrado e a Caatinga sejam Patrimônio Nacional. Para assinar, basta clicar aqui.

Por Adilvane Spezia – Jornalista/MPA

Povos e comunidades, Sociobiodiversidade